quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

PRA ONDE VAMOS MESMO...

Segundo o Britânico Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR na sigla em inglês) nossa economia retornará ao posto de número 7 no ranking das maiores economias capitalistas do mundo em 2013. Descemos a escada pelo menos até dezembro do ano que vem. Mas, longe de explicar os motivos e o que representa essa queda (se realmente representa alguma coisa), esse mesmo ranking nos faz refletir: o que temos haver com isso? Será o sentimento igual ao expresso em quantas medalhas conseguimos nas olimpíadas? Ou no ranking da inescrupulosa FIFA de melhores seleções do planeta? Comemoramos ou choramos?
Ora, a desvalorização do dólar possibilitou essa queda no PIB (Produto Interno Bruto). 11% de perda monetária durante 2012. Isso porque o Banco Central norte-americano fez de tudo para reduzir os efeitos da crise capitalista mundial na sua própria economia, ampliando a recessão no restante do mundo. Óbvio, então, que o fariam pois esses detém o controle da emissão da moeda sem perguntar a ninguém se devem ou não emiti-la. Ah..tá. Então, o ranking depende dólar? Isso. Quanto mais desvalorizada for nossa moeda, menor será nossa economia.
O sistema mundial capitalista, ou seja, a forma econômica que se baseia na exploração do trabalho pelo capital é interligado por uma rede de dominação do dólar sobre todas as demais moedas. Essas últimas são utilizadas, mediante câmbios flutuantes, como meios para agregar altos índices de investimento estrangeiro e uma política de exportação agressiva. Isso até agora e ninguém sabe até quando. O Brasil nadou nessa onda muito bem. Os últimos anos são provas vivas disso. Mas, atrair e financiar capital acarreta uma política de monopolização da nossa economia. Foi também o que aconteceu! E o que ocorrerá cada vez mais.
A tradicional teoria econômica socialdemocrata nos aponta a dependência do acumulo de investimento na ampliação de demanda. Aqui esse axioma parece mais mandamento da tábua da presidente Dilma. O governo garante financiamento para esse investimento, subsidiando o capital, lhe ofertando rentabilidades estratosféricas e, assim, se amplia o domínio centralizado do capital. Ao mesmo tempo, uma sensação de tranquilidade na medida em que o emprego naturalmente cresce. Porém, por pouco tempo! Assim é tal política econômica, um grande sonho numa noite de verão. Tem dia e hora para acabar. Lembra do ranking? Nada mais do que disputa publicitária e com ela vibração e choro. Talvez para esconder o real sentimento que devemos ter: PREOCUPAÇÃO.
Mais cedo ou mais tarde esse grau de monopolização causado por essa política econômica acarretará um CRASH. Um blecaute econômico resultante da conjunção de fatores: altas taxas de endividamento público e privado, altos índices de produtividade e redução do valor real dos salários com inflação (mesmo sob controle) crescendo. Talvez assim os mais fieis seguidores da bíblia socialdemocrata aprendam que CAPITALISMO é um saco furado: quanto mais se põe (INVESTEM), mais o buraco aumenta. Até o dia que o saco rasga e tudo cai. Quando isso ocorrer já é hora de jogarmos esse saco no lixo.
Serley Leal, presidente do Centro Popular Manoel Lisboa do Ceará

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Violentados em Fortaleza 822 crianças e adolescentes


Somente nos três primeiros meses do ano, 822 crianças e adolescentes foram violentados em Fortaleza, de acordo com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Mas esse número pode ser ainda maior, pois esse dado se refere somente aos casos atendidos neste órgão. O mais grave é que tais atrocidades foram cometidas pelos próprios pais ou responsáveis.
Esse absurdo nos leva a refletir o tipo de sociedade em que nossos filhos e filhas estão inseridos. Na realidade, o sistema capitalista não respeita nem mesmo a inocência das nossas crianças e acaba com as relações de afetividade entre pais e filhos. Através das músicas, filmes e novelas, sexualiza crianças e adolescentes. Até a moda tem fortalecido essa triste realidade. É comum vermos meninas usando roupas extravagantes, curtas e sapatos de saltinho, sendo transformadas em mulheres-pequenas. Muitas vezes crianças e adolescentes são vistas dançando coreografias com gestos obscenos de músicas com letras pornográficas. Dessa forma, crimes como a pedofilia, o abuso sexual e a prostituição de crianças e adolescentes são fortalecidos e naturalizados.
Se a humanidade não transformar essa sociedade, acabando com o capitalismo, uma realidade cada vez mais dura será imposta para todas as crianças, homens e mulheres.
Paula Virgínia Colares, Fortaleza