quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

2016: A HISTÓRIA NÃO ACABA AQUI!


2017 é o centenário do assalto aos céus, a REVOLUÇÃO SOVIÉTICA. Essa história pode contar muito do que houve em 2016.  Digo isso porque esses 365 dias que precederam essa data tão significativa marcará muitos anos pela frente. De um negro na presidência dos EUA substituído por um fascista convicto; um golpe preparado e executado no Brasil para rasgar as conquistas de 1988; o ocaso dos governos populares na América Latina; as provocações terroristas e o avanço dos reacionários na Europa; a ascensão Russa sobre o Oriente Médio; o silencioso domínio do capital chinês no planeta.
É verdade que várias perdas nós também tivemos. Um revolucionário e libertador latino-americano que desapareceu sob os aplausos de milhões de cubanos; centenas de mortos ao mar tentando encontrar um refúgio na Europa; milhares padeceram acampados aguardando o fim de mais uma guerra por petróleo.
Quem poderia prever 2016? Não temamos, é só a véspera.
Alguns talvez se desesperem por tudo que ocorreu. Talvez se sintam desestimulados, inquietos ou perdidos. Sigamos o ensinamento do grande filosofo Karl Marx: "Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado."
      Temos que olhar 2016 e pensar o futuro. Temos que aprender o que findou e preparar o que virá. Nos miremos então em algo que não se repetirá, mas é exemplo no passado para nos guiar. 100 anos mostram que os motivos pelos quais os revolucionários russos lutaram continuam absolutamente atuais. Se puderam acabar com o capitalismo por que também não poderemos? Lenin afirmou quando se comemorou 4 anos da Revolução Soviética: "Nós começamos esta obra. Quando precisamente, em que prazo os proletários de qual nação terminarão esta obra - é uma questão não essencial. O essencial é que se quebrou o gelo, que se abriu o caminho, que indicou a via".
       Todas as flores e os suculentos frutos do futuro dependem das sementes plantadas hoje, diz um adágio popular chinês. Não aceitemos o trivial e exijamos o impossível. Construamos sobre os escombros de 2016 uma nova aurora para os povos. Aqui e acolá nossa liberdade se abrirá e dela nossos netos e bisnetos escreverão uma bela história.

sábado, 10 de dezembro de 2016

TEMER INCRIMINOU DILMA E PREPAROU GOLPE ANTES DA ELEIÇÃO


           Revelações da delação premiada da Odebrecht  mostram claramente o plano de Temer mesmo antes da eleição de 2014. Ciente da situação desesperada da economia, pressionado pelos grandes empresários e sem concordância quanto ao controle das investigações da operação Lava Jato, Michel Temer deu o ‘pulo do gato’: acordou com o PSDB o controle das investigações. Para tanto, caso Aécio ganhasse, iria manter o compromisso de controlar Justiça (com a qual possui amplas e intensas relações), Policia Federal, o Ministério Público Federal e a Procuradoria Geral da República, esses 2 últimos mais difíceis em virtude da gestão independente de Rodrigo Janot. Caso Dilma vencesse, ela não concordando, a derrubaria. Assim, a possibilidade de retirada de Dilma após o pleito de 2014, foi acertada antes até da contagem das urnas.
         Naturalmente seu plano continha uma enorme pressão ao PT (também profundamente afetado pelos casos de corrupção da Lava Jato), o qual não dando certo partiria para a segunda opção. Incriminou a chapa recebendo recursos de caixa 2 como forma de pressão à Dilma, forjando provas, trabalhando para constranger a presidenta e controlar a Polícia Federal. Desde o começo insistiu para ‘barrar’ as investigações, tendo a adesão de Lula e outros mandatários que também tinham um intimo envolvimento com a família Odebrecht. Não conseguindo, poderia seguir outros 2 caminhos: cassar a chapa que havia recebido recursos escusos ou derrubar por um impeachment.
       Era tão consciente que logo no inicio do mandato indicou para Presidente da Câmara dos Deputados seu fiel escudeiro: Eduardo Cunha. Esse, atolado até o pescoço nos casos de corrupção e ciente que seria denunciando o quanto antes. Como o PT, mesmo tendo alguns que o defendessem, não cedeu a chantagem, Cunha aceitou processo de Impeachment com total orientação de Temer. Agora já preso, Cunha, abandonado pelo seu amigo, foi à desforra: fez perguntas que incriminam Temer, mas impedidas pelo Juiz Sergio Moro, orientado pelo PSDB a blindar o presidente ilegítimo.
          Temer sabia desde o inicio o que significaria essa Delação da Odebrecht. E não à toa, ela veio após um acordo vergonhoso entre a Suprema Corte e a quadrilha instalada que alguns chamam de PMDB. Renan, também recebedor de recursos foi mantido na Presidência do Senado somente e exclusivamente para interromper os planos de aprovação de nova lei de Abuso de Autoridade. Os milhões recebidos pela gangue enriqueceram os principais líderes dessa nossa Republica fracassada. As revelações do executivo Claudio Melo Filho mostram a trama por inteiro, nos mínimos detalhes, tendo negociado para ele e outros corruptos, dentre eles o Sr Paulo Skaf, principal financiador das manifestações pró-Impeachment.
         Ao mesmo tempo, a atitude parcimoniosa e cúmplice da principal Corte desse país à essa tamanha vergonha nacional, prova que da República brasileira, fundada nos marcos da Carta Magna de 1988, nada mais resta. Sejamos realistas, é hora de uma revolução popular!  

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A CRISE CAPITALISTA E O DESESPERO POLÍTICO DAS ELITES


          Os noticiários e as analises não parecem mais abarcar a crise política e econômica vivida no país. A cada dia se deteriora o ‘pacto social’ da constituição de 1988, resultado de 21 anos de resistência à ditadura militar fascista. O fato é que as podres e reacionárias elites se viram num dilema: manter as conquistas sociais dos mais pobres e perder alguns de seus privilégios ou impor ao povo brasileiro um novo modelo social, político, econômico e institucional de uma exploração acentuada e radical.
       Essas mudanças obviamente não gozam (nem poderiam) de uma adesão uníssona dos burgueses. No entanto, a crise econômica, a qual completa 30 meses de queda acelerada de rentabilidade capitalista em quase todos os setores econômicos, lhe impôs um novo paradigma. Para salvar seu falido e insuportável sistema de produção, acentuaram as disputas políticas e institucionais; fortaleceram uma nova dinâmica do judiciário brasileiro, creditando-lhe a mascara de ‘salvadores da pátria’; impuseram um golpe fajuto contra uma presidenta eleita; mobilizaram amplas massas da classe média que hoje lhe viram as costas; desenterraram as conservadoras frases que marcaram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
       Naturalmente isso não está ocorrendo sem enormes contradições. Quem poderia imaginar que o 7º homem mais rico do país estaria preso há quase 19 meses? Quem poderia imaginar que se investigariam bancos, dentre eles o maior, o Itaú? Ou as maiores construtoras seriam desmascaradas de forma tão desavergonhada? É como se viesse à luz a relação promiscua da política e seus controladores. Uma relação que assaltou os cofres públicos e fez surgir uma verdadeira ‘casta’ de milionários brasileiros, sejam eles parlamentares ou não.    
       Como num passe de mágica, o motivo pelo qual impuseram um golpe num governo legitimo agora está lhe causando transtornos. Parece que todo o sistema, escondido e malcheiroso que marcou a vida política do país está virando de cabeça pra baixo. Os grandes capitalistas necessitam de um novo arranjo para impedir suas instituições, de natureza burguesa, de virarem pó. Ora, quando o regime político e econômico que outrora, aparentemente estável, apresentou todas suas contradições; quando, por menor que fosse, num sopro de liberdade institucional trazido por um governo de conciliação nacional se abateu uma dura e profunda crise econômica, o desespero bateu as portas. A burguesia já não consegue governar. Os poderes, fieis aos interesses empresarias, já não se entendem. Nesse bojo se desmoralizam inevitavelmente.
       Para além das aparências, os ricos empresários e seu ‘modus operandi’ não suporta mais a sociedade brasileira. De um lado, os ataques contra a população sistematizados em dois grandes projetos: um novo regime de gastos sociais e a mudança na previdência social. Ambas, conquistadas após uma intensa luta de classes apregoadas na carta magna de 1988, agora prestes a serem simplesmente enterrados pelos três poderes dessa nova república, nascidos dessa mesma constituição. De outro lado, cresce o repúdio ao sistema político e econômico dos burgueses, com suas mentiras, acordos e autoritarismos.

         A população brasileira, sedenta por mais liberdade e direitos sociais, é manipulada numa luta mascarada contra a corrupção. Nunca a burguesia abrirá mão desses instrumentos. Nunca o seu regime se libertará desse mal. Para termos um regime ético é preciso acabar com o domínio dos burgueses e termos um regime popular, um novo poder: o poder dos trabalhadores. Sigamos denunciando os corruptos banqueiros e sua política; os políticos capachos; os juízes subservientes e corrompidos; as instituições falidas; enfim, o apodrecido sistema político e econômico dos capitalistas. Esse pode e será, inevitavelmente, destruído.