domingo, 2 de outubro de 2016

CHINA E ESTADOS UNIDOS TRAVAM GUERRA VELADA


           Há anos os EUA e a China estão travando uma guerra ‘silenciosa’ de arsenal bélico e estratégia militar. Os chineses aumentam progressivamente sua presença no Oriente Médio e os norte-americanos aumentam sua presença militar no pacifico. Desde janeiro, os ianques deslocaram para a Ásia seu segundo porta-aviões nuclear, chamado de “John C. Stennis”, unindo-se a outro porta-aviões denominado “Ronald Reagan” em operação há mais tempo por lá.
           O Mar do Sul da China se tornou um ponto de disputa entre os países, que aumentou o foco na Ásia-Pacífico sob o governo do presidente Barack Obama, e a China, que já é o maior poder econômico, político e militar na região. Segundo o secretário de defesa Ashton Carter, os EUA não vão tolerar essa mudança forças. Ele afirmou: "Os Estados Unidos continuarão sendo o exército mais poderoso e principal garantidor de segurança da região por décadas a fio - e não deve haver dúvida quanto a isso". Qualquer ação por parte da China para reconquistar território em Scarborough Shoal, área marítima disputada, teria conseqüências, completou Carter.
            Obviamente, os chineses partiram para a ofensiva. Na cúpula de segurança da Ásia, o almirante Sun Jianguo disse que a China não será intimidada, incluindo sobre o processo pendente no tribunal internacional relacionado às reivindicações chinesas na importante rota comercial. "Não criamos problemas, mas não temos medo deles", disse Sun ao Shangri-La Dialogue, em Cingapura, onde mais de 600 autoridades de segurança, militares e de governos se reuniram durante três dias. "A China não vai arcar com as consequências, nem permitir qualquer violação em sua soberania ou seus interesses, ou ser indiferente a alguns países criando o caos no Mar do Sul da China."
            Por outro lado, os chineses investem fortunas para vencer tecnologicamente os norte-americanos. Em 26 de setembro último, a Xinhua News Agency revelou a criação de um radar quântico, baseado na detecção de fótons únicos. O radar tem o objetivo de impedir os jatos stealth (aqueles não detectados por radares comuns) dos EUA, como o F-22. O tenente-general Wang Hongguang, que se aposentou em 2012, num artigo de opinião na mídia estatal chinesa Global Times, afirmou “Eu gostaria de sugerir aos americanos que, quando usarem aviões stealth, é melhor se manterem longe do continente chinês. Lembrem-se disso! Lembrem-se disso!”
            O Pentágono, órgão central de defesa norte-americana, vem regularmente fazendo relatórios sobre as novas armas chinesas. Num deles afirmam que a China tem “desenvolvido uma variedade de sistemas de guerra aérea, marítima, submarina, espacial, antiespacial e informativa” e visa a “dominar o espectro da informação em todas as dimensões do campo de batalha moderno”. Os chineses desenvolveram supercamuflagem para tanques terrestres e veículos anfíbios, um trem superpotente para interligar sua defesa terrestre, um drone invisível chamado ‘Espada Negra’ (não tripulado) e o J-20, jato de combate e espionagem que ela vem preparando para eliminar possíveis ameaças. Segundo os detalhes da Popular Science, os analistas acreditam que esta aeronave tem uma tecnologia em sua carcaça para que os radares não consigam identificá-la.
            Todas essas batalhas, hoje ainda nos ‘bastidores’, são resultado da enorme guerra comercial e financeira travada entre as duas nações nos últimos anos. A China, segunda maior potencia econômica do mundo, vem reduzindo seu nível de crescimento em virtude da recessão mundial com a redução dos mercadores consumidores. Sabe que precisa de matérias-primas mais baratas e explorar novos mercados, o que amplia a disputa com os EUA.
Trata-se do velho imperialismo, o mesmo que levou o mundo a duas grandes guerras e a morte de milhões de pessoas. Hoje os embates têm sido apenas de demonstrações de força e estratégia, mas não se sabe por quanto tempo.

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