O Congresso Nacional aprovou a modificação do marco
regulatório de exploração do Pré-Sal. A proposta retira a exclusividade de ‘operadora
única’ da Petrobrás e o percentual mínimo que a empresa tinha em todos
os poços perfurados no Brasil. A medida tem o claro objetivo de favorecer empresas
estrangeiras, as quais no momento estão em grave situação financeira e
necessitam expandir seus negócios. Ironicamente, a decisão acontece quando a
Petrobras completa 63 anos e
caracteriza-se como um duro golpe para empresa. Isso porque todo o
resultado do conhecimento estratégico acumulado ao longo de décadas de pesquisa
pelos trabalhadores será entregue às empresas que nunca investiram num projeto
de futuro para o Brasil.
Mas
porque foi decidida essa mudança?
A
justificativa do ‘pai’ do projeto de lei 4567/16, José Serra, é dinamizar os
leiloes e permitir competição livre. Isso não passa de mentira. Não é de hoje que as empresas petrolíferas
manipulam governos e parlamentos para a exploração do óleo. Vários presidentes foram
depostos e outros golpes aconteceram por conta de alguns países decidirem manter sua autonomia e independência energética nas mãos dos seus governos.
Fora isso é ridículo pensar que no mundo capitalista, as empresas, particularmente
as multinacionais, não realizem varias manobras para se favorecerem no mercado.
A ideia de liberdade de competição somente existe no ideário infantil dos
defensores do Estado Mínimo.
Os
fatos comprovam. A empresa COSAN LUBRIFICANTES, que teve suas operações
iniciadas em 2008, com a aquisição da ExxonMobil no Brasil, financiou bastante
a ultima campanha para o senado do Sr. José Serra. Lembrando que a mesma
empresa realizou expansão ao comprar ativos exclusivos de distribuição no
Paraguai, Uruguai e Bolívia. O BTG
Pactual, banco do empresário André Esteves, e o Safra, também depositaram
uma fortuna no caixa do senador entreguista, os quais tem interesses em negócios com petróleo. O BTG é um dos maiores cotistas da
empresa SETE BRASIL, responsável pela aquisição de sondas para exploração do
Pré-Sal.
Ainda
quando candidato à presidência, Serra, já indicava a mudança do marco
regulatório, conforme revelação feita pelo Wikileaks, site que publicou diversos
documentos e correspondências secretas do governo norte-americano. Em um
telegrama enviado em 2 de dezembro de 2009 pelo consulado americano no Rio de
Janeiro à Washington, fica clara o descontentamento das petroleiras estrangeiras:
“A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal”. Mais: “Eles
são profissionais e nós amadores”, afirmou Patrícia Pardal, diretora da
americana Chevron do Brasil. Na mensagem ela ainda indica que Serra havia se comprometido
em modificar a lei caso fosse presidente.
Sem
nenhum pudor eles também afirmam: “com a aprovação da lei (marco regulatório anterior),
a estratégia é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando
aprovar emendas essenciais na lei, assim empurrar a decisão para depois das eleições
de outubro”. Ainda: “Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer
marcação cerrada, mas em todo caso iria trabalhar no lobby por conta própria”.
Fica
comprovado o caráter entreguista e anti-nacional da lei recentemente aprovada e
certamente sancionada pelo golpista Michel Temer. Como forma de dar
tranquilidade total às petroleiras estrangeiras o Senador José Serra foi alçado
a Ministro das Relações Exteriores para garantir os interesses de outros países
sobre o Brasil.
Segundo Emanuel Menezes, membro
da Federação Única dos Petroleiros no Ceará, “Os trabalhadores brasileiros
junto com os funcionários da Petrobras não irão aceitar quietos essa criminosa
medida contra o povo. A história da Petrobras é parte da nossa luta pela
liberdade e independência. Vamos RESISTIR!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário