quinta-feira, 6 de outubro de 2016

PETROLEIRAS ESTRANGEIRAS ARTICULARAM MUDANÇA DA LEI DO PRÉ-SAL

           O Congresso Nacional aprovou a modificação do marco regulatório de exploração do Pré-Sal. A proposta retira a exclusividade de ‘operadora única’ da Petrobrás e o percentual mínimo que a empresa tinha em todos os poços perfurados no Brasil. A medida tem o claro objetivo de favorecer empresas estrangeiras, as quais no momento estão em grave situação financeira e necessitam expandir seus negócios. Ironicamente, a decisão acontece quando a Petrobras completa  63 anos e caracteriza-se como um duro golpe para empresa. Isso porque todo o resultado do conhecimento estratégico acumulado ao longo de décadas de pesquisa pelos trabalhadores será entregue às empresas que nunca investiram num projeto de futuro para o Brasil.
          Mas porque foi decidida essa mudança?
         A justificativa do ‘pai’ do projeto de lei 4567/16, José Serra, é dinamizar os leiloes e permitir competição livre. Isso não passa de mentira. Não é de hoje que as empresas petrolíferas manipulam governos e parlamentos para a exploração do óleo. Vários presidentes foram depostos e outros golpes aconteceram por conta de alguns países decidirem manter sua autonomia e independência energética nas mãos dos seus governos. Fora isso é ridículo pensar que no mundo capitalista, as empresas, particularmente as multinacionais, não realizem varias manobras para se favorecerem no mercado. A ideia de liberdade de competição somente existe no ideário infantil dos defensores do Estado Mínimo.
         Os fatos comprovam. A empresa COSAN LUBRIFICANTES, que teve suas operações iniciadas em 2008, com a aquisição da ExxonMobil no Brasil, financiou bastante a ultima campanha para o senado do Sr. José Serra. Lembrando que a mesma empresa realizou expansão ao comprar ativos exclusivos de distribuição no Paraguai, Uruguai e Bolívia. O BTG  Pactual, banco do empresário André Esteves, e o Safra, também depositaram uma fortuna no caixa do senador entreguista, os quais tem interesses em negócios com petróleo. O BTG é um dos maiores cotistas da empresa SETE BRASIL, responsável pela aquisição de sondas para exploração do Pré-Sal.
        Ainda quando candidato à presidência, Serra, já indicava a mudança do marco regulatório, conforme revelação feita pelo Wikileaks, site que publicou diversos documentos e correspondências secretas do governo norte-americano. Em um telegrama enviado em 2 de dezembro de 2009 pelo consulado americano no Rio de Janeiro à Washington, fica clara o descontentamento das petroleiras estrangeiras: “A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal”. Mais: “Eles são profissionais e nós amadores”, afirmou Patrícia Pardal, diretora da americana Chevron do Brasil. Na mensagem ela ainda indica que Serra havia se comprometido em modificar a lei caso fosse presidente.
       Sem nenhum pudor eles também afirmam: “com a aprovação da lei (marco regulatório anterior), a estratégia é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim empurrar a decisão para depois das eleições de outubro”. Ainda: “Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer marcação cerrada, mas em todo caso iria trabalhar no lobby por conta própria”.
       Fica comprovado o caráter entreguista e anti-nacional da lei recentemente aprovada e certamente sancionada pelo golpista Michel Temer. Como forma de dar tranquilidade total às petroleiras estrangeiras o Senador José Serra foi alçado a Ministro das Relações Exteriores para garantir os interesses de outros países sobre o Brasil.
Segundo Emanuel Menezes, membro da Federação Única dos Petroleiros no Ceará, “Os trabalhadores brasileiros junto com os funcionários da Petrobras não irão aceitar quietos essa criminosa medida contra o povo. A história da Petrobras é parte da nossa luta pela liberdade e independência. Vamos RESISTIR!”
               


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