segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O ABISMO ENTRE A DEMOCRACIA BURGUESA E A DEMOCRACIA PROLETÁRIA


          Na sua obra a ‘Revolução Proletária e o Renegado Kaustky’, o genial Vladimir Lenin apresenta as bases fundamentais sobre as quais se ergue a hipócrita democracia em que vivemos. Mais do que isso, nos apresenta a imensa diferença que existe entre um regime onde os próprios trabalhadores governam através de órgãos de administração direta e o sistema representativo burguês.
       É absolutamente inegável que foi uma imensa conquista o direito ao voto  popular. Após décadas de intensas lutas sociais no século XIX, conseguiu-se o ‘Sufrágio Universal’, embora, por exemplo, as mulheres fossem excluídas das decisões e somente anos mais tarde pudessem ter o mesmo direito. De qualquer forma, os trabalhadores conseguiram avanços, mas nem de longe o modelo de eleição como o conhecemos é democrático e justo.
       Ficam claros os limites desse sistema. Lenin afirma: “A democracia burguesa, sendo um grande progresso histórico em comparação com a Idade Média, continua a ser sempre – e não pode deixar de continuar a ser sob o capitalismo – estreita, amputada, falsa, hipócrita, paraíso para os ricos, uma armadilha e um engano para os explorados, para os pobres”.
      Mas em que consiste essa mentira do nosso sistema político? Está no fato que nos limitamos a eleger representantes e não termos sequer controle sobre as decisões dos governos e parlamentos. Deposita-se toda a responsabilidade da direção política de parcelas do ESTADO (legislativo e executivo) em candidatos eleitos num regime controlado completamente pelos empresários. Assim, o povo, embora consiga eleger alguns trabalhadores, o fazem temporariamente até o momento em que interessem aos donos do poder. Todas as eleições os trabalhadores se iludem aguardando ansiosamente para ampliarem seus espaços políticos e sempre a maioria parlamentar está sobre controle das elites, as quais impõem sua agenda e tentam obrigar os candidatos a acordos em seu beneficio.
       No caso do Brasil, a experiência recente comprovou que um operário eleito estava no governo, mas não detinha o poder, e, tão logo se viu ameaçado iniciou várias negociações com os partidos e parlamentares que historicamente representam as classes dominantes. Mais do que isso. Passou a conciliar os interesses entre as classes trabalhadoras e capitalistas, governando assim em beneficio daqueles que já estavam no poder. Num momento de crescimento econômico, esses empresários ganhando fortunas, mantiveram gordas contribuições e aceitaram as alianças. Tão logo vivenciaram uma profunda crise, descartaram essa opção política e investiram num programa retrogrado e conservador.
        Outra falácia da democracia é a liberdade. Ao defender a igualdade de direitos, os trabalhadores são duramente atacados pelo Estado Capitalista. Basta ver numa greve ou numa ocupação urbana por moradia o grau de truculência da policia para reprimir. Lenin nos diz: “Não há Estado, nem o mais democrático, onde não haja escapatórias ou reservas nas constituições que assegurem à burguesia a possibilidade de lançar as tropas contra os operários, declarar ‘estado de guerra’ de fato em caso de violação pela classe explorada da sua situação de escrava e de suas tentativas de não se comportar com escrava”.
         Como controlam toda a estrutura ideológica da sociedade, os capitalistas impõe ao povo a idéia de que esse é a melhor forma de democracia que existe. Atacam a democracia proletária da antiga União Soviética e lançam areia nos olhos dos trabalhadores para não se rebelarem contra esse regime.
          V.I. Lenin completa: “Os Soviets (órgãos de deliberação política no socialismo  da URSS) são a organização direta das próprias massas trabalhadoras e exploradas, às quais facilitam a possibilidade de elas próprias organizarem o Estado e de o administrarem de todas as maneiras possíveis....A organização soviética facilita automaticamente a unificação de todos os trabalhadores e explorados em torno da sua vanguarda, a classe operaria. O velho aparelho burguês – o funcionalismo, os privilégios da riqueza, da instrução burguesa, das relações (estes privilégios de fato são tanto mais variados quanto mais desenvolvida esta democracia burguesa) – tudo isso desaparece com a organização soviética. A liberdade de imprensa deixa de ser uma hipocrisia, pois se expropriam à burguesia as empresas de comunicação...A democracia proletária é um milhão de vezes mais democrática do que qualquer democracia burguesa. O poder Soviético é um milhão de vezes mais democrático que a mais democrática republica burguesa”.
      Logo, é possível um novo, diferente e muito mais avançado regime político. O Estado dos capitalistas e seu modelo eleitoral excludente, que privilegia os empresários, não podem continuar no Brasil. Ao analisar o resultado eleitoral recente alguns se apressaram em detectar a derrota da esquerda. No entanto, quando realmente ganhamos? As parcelas de poder perdidas em virtude da conciliação de classes nos obrigam a 2 conclusões: 1) esse sistema não serve aos trabalhadores e precisa ser destruído; 2) nenhuma conciliação com os capitalistas, só a luta de classes leva ao caminho da redenção política. Chega de lero-lero, precisamos de uma REVOLUÇÃO URGENTE!

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