Na sua obra a ‘Revolução
Proletária e o Renegado Kaustky’, o genial Vladimir Lenin apresenta as bases
fundamentais sobre as quais se ergue a hipócrita democracia em que vivemos. Mais
do que isso, nos apresenta a imensa diferença que existe entre um regime onde
os próprios trabalhadores governam através de órgãos de administração direta e
o sistema representativo burguês.
É absolutamente inegável
que foi uma imensa conquista o direito ao voto popular. Após décadas de intensas lutas
sociais no século XIX, conseguiu-se o ‘Sufrágio Universal’, embora, por
exemplo, as mulheres fossem excluídas das decisões e somente anos mais tarde
pudessem ter o mesmo direito. De qualquer forma, os trabalhadores conseguiram
avanços, mas nem de longe o modelo de eleição como o conhecemos é democrático e
justo.
Ficam claros os
limites desse sistema. Lenin afirma: “A
democracia burguesa, sendo um grande progresso histórico em comparação com a
Idade Média, continua a ser sempre – e não pode deixar de continuar a ser sob o
capitalismo – estreita, amputada, falsa, hipócrita, paraíso para os ricos, uma
armadilha e um engano para os explorados, para os pobres”.
Mas em que consiste
essa mentira do nosso sistema político? Está no fato que nos limitamos a eleger
representantes e não termos sequer controle sobre as decisões dos governos e
parlamentos. Deposita-se toda a responsabilidade da direção política de parcelas
do ESTADO (legislativo e executivo) em candidatos eleitos num regime controlado
completamente pelos empresários. Assim, o povo, embora consiga eleger alguns
trabalhadores, o fazem temporariamente até o momento em que interessem aos
donos do poder. Todas as eleições os trabalhadores se iludem aguardando ansiosamente para
ampliarem seus espaços políticos e sempre a maioria parlamentar está sobre
controle das elites, as quais impõem sua agenda e tentam obrigar os candidatos
a acordos em seu beneficio.
No caso do Brasil, a experiência
recente comprovou que um operário eleito estava no governo, mas não detinha o
poder, e, tão logo se viu ameaçado iniciou várias negociações com os partidos e
parlamentares que historicamente representam as classes dominantes. Mais do que
isso. Passou a conciliar os interesses entre as classes trabalhadoras e capitalistas,
governando assim em beneficio daqueles que já estavam no poder. Num momento de
crescimento econômico, esses empresários ganhando fortunas, mantiveram gordas
contribuições e aceitaram as alianças. Tão logo vivenciaram uma profunda crise,
descartaram essa opção política e investiram num programa retrogrado e conservador.
Outra falácia da
democracia é a liberdade. Ao defender a igualdade de direitos, os trabalhadores
são duramente atacados pelo Estado Capitalista. Basta ver numa greve ou numa
ocupação urbana por moradia o grau de truculência da policia para reprimir. Lenin
nos diz: “Não há Estado, nem o mais democrático,
onde não haja escapatórias ou reservas nas constituições que assegurem à
burguesia a possibilidade de lançar as tropas contra os operários, declarar ‘estado
de guerra’ de fato em caso de violação pela classe explorada da sua situação de
escrava e de suas tentativas de não se comportar com escrava”.
Como controlam toda a
estrutura ideológica da sociedade, os capitalistas impõe ao povo a idéia de que esse é a melhor
forma de democracia que existe. Atacam a democracia proletária da antiga União Soviética
e lançam areia nos olhos dos trabalhadores para não se rebelarem contra esse
regime.
V.I. Lenin completa: “Os Soviets (órgãos de deliberação política no
socialismo da URSS) são a organização
direta das próprias massas trabalhadoras e exploradas, às quais facilitam a
possibilidade de elas próprias organizarem o Estado e de o administrarem de todas
as maneiras possíveis....A organização soviética facilita automaticamente a
unificação de todos os trabalhadores e explorados em torno da sua vanguarda, a
classe operaria. O velho aparelho burguês – o funcionalismo, os privilégios da
riqueza, da instrução burguesa, das relações (estes privilégios de fato são
tanto mais variados quanto mais desenvolvida esta democracia burguesa) – tudo isso
desaparece com a organização soviética. A liberdade de imprensa deixa de ser
uma hipocrisia, pois se expropriam à burguesia as empresas de comunicação...A
democracia proletária é um milhão de vezes mais democrática do que qualquer
democracia burguesa. O poder Soviético é um milhão de vezes mais democrático que
a mais democrática republica burguesa”.
Logo, é possível um
novo, diferente e muito mais avançado regime político. O Estado dos
capitalistas e seu modelo eleitoral excludente, que privilegia os empresários,
não podem continuar no Brasil. Ao analisar o resultado eleitoral recente alguns
se apressaram em detectar a derrota da esquerda. No entanto, quando realmente
ganhamos? As parcelas de poder perdidas
em virtude da conciliação de classes nos obrigam a 2 conclusões: 1) esse
sistema não serve aos trabalhadores e precisa ser destruído; 2) nenhuma
conciliação com os capitalistas, só a luta de classes leva ao caminho da redenção
política. Chega de lero-lero, precisamos de uma REVOLUÇÃO URGENTE!
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