As atitudes do deputado Jair
Messias Bolsonaro (PSC-RJ) vão desde provocações e xingamentos até à agressões,
o que lhe tem rendido o título de ‘cachorro louco’ e ‘vira-latas briguento’ da
Câmara dos Deputados. Uma personalidade exótica, extravagante e caricatural
que, infelizmente, tem recebido muita adesão pelo país afora. Muito embora
seja um apoio menos programático e mais indissiocrático.
Suas
idéias, um remendo mal feito de anti-comunismo e liberalismo econômico,
refogado com uma moral pseudo-cristã, não possui nenhuma forma que empolgue ou
organize alguém. Seu objetivo foi, nesse período, forjar-se como um
anti-petista convicto defensor da família e dos bons costumes, excretando
homofobia e machismo. De certa forma fez sucesso, mas agora o Supremo Tribunal
Federal investiga crime de apologia ao estupro após discussão com
ex-ministra e deputada Maria do Rosário
(PT-RS).
O fascismo a
‘La Bolsonaro’, de péssimo gosto, mesmo assim é preocupante. Não tanto pela
capacidade de seu fiel defensor, mas pela possibilidade de crescer na política
com um discurso de ódio, preconceito e medo. As idéias conservadoras no país
sempre vieram à tona quando um mínimo de privilégios das elites esteve ameaçado.
E preste atenção que no período recente da nossa história, em nenhum momento
dos últimos 15 anos, houve quaisquer tentativas de mudanças estruturais no
país.
Óbvio
que esse método de fazer política de cunho agressivo, amedrontador e
preconceituoso, segue na contramão de uma sociedade realmente democrática e
livre. Essa forma meio animalesca e retrograda deve ter uma resposta à altura.
Agora,
sendo realmente honesto com os animais, ‘cachorro louco’ não seria uma
expressão adequada. Basta ler o livro “Confissões de um vira-lata”, do escritor
Orígenes Lessa, que narra a história de um cão perspicaz que não aceita as comparações
de seu mundo com os dos humanos. Indignado com a mania de algumas pessoas
compararem o que há pior na personalidade dos homens aos cães, ele afirma: “Há cães que não ligam. (...) Ouvem com
indiferença o baixo insulto. Outros, infelizmente "comprados" pelo
íntimo convívio com os homens, preferem não reagir. (...) Acham mais negócio
manter boas relações com exemplares dessa raça que lhes asseguram restos de
comida e outras concessões que nos aviltam”.
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