sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Bolsonaro e os cães de briga


         As atitudes do deputado Jair Messias Bolsonaro (PSC-RJ) vão desde provocações e xingamentos até à agressões, o que lhe tem rendido o título de ‘cachorro louco’ e ‘vira-latas briguento’ da Câmara dos Deputados. Uma personalidade exótica, extravagante e caricatural que, infelizmente, tem recebido muita adesão pelo país afora. Muito embora seja um apoio menos programático e mais indissiocrático.
                Suas idéias, um remendo mal feito de anti-comunismo e liberalismo econômico, refogado com uma moral pseudo-cristã, não possui nenhuma forma que empolgue ou organize alguém. Seu objetivo foi, nesse período, forjar-se como um anti-petista convicto defensor da família e dos bons costumes, excretando homofobia e machismo. De certa forma fez sucesso, mas agora o Supremo Tribunal Federal investiga crime de apologia ao estupro após discussão com ex-ministra  e deputada Maria do Rosário (PT-RS).     
O fascismo a ‘La Bolsonaro’, de péssimo gosto, mesmo assim é preocupante. Não tanto pela capacidade de seu fiel defensor, mas pela possibilidade de crescer na política com um discurso de ódio, preconceito e medo. As idéias conservadoras no país sempre vieram à tona quando um mínimo de privilégios das elites esteve ameaçado. E preste atenção que no período recente da nossa história, em nenhum momento dos últimos 15 anos, houve quaisquer tentativas de mudanças estruturais no país.
            Óbvio que esse método de fazer política de cunho agressivo, amedrontador e preconceituoso, segue na contramão de uma sociedade realmente democrática e livre. Essa forma meio animalesca e retrograda deve ter uma resposta à altura.
          Agora, sendo realmente honesto com os animais, ‘cachorro louco’ não seria uma expressão adequada. Basta ler o livro “Confissões de um vira-lata”, do escritor Orígenes Lessa, que narra a história de um cão perspicaz que não aceita as comparações de seu mundo com os dos humanos. Indignado com a mania de algumas pessoas compararem o que há pior na personalidade dos homens aos cães, ele afirma: “Há cães que não ligam. (...) Ouvem com indiferença o baixo insulto. Outros, infelizmente "comprados" pelo íntimo convívio com os homens, preferem não reagir. (...) Acham mais negócio manter boas relações com exemplares dessa raça que lhes asseguram restos de comida e outras concessões que nos aviltam”.



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