quinta-feira, 29 de setembro de 2016

ELEIÇÕES DE 2016 SERÃO AS MAIS SANGRENTAS DOS ÚLTIMOS 30 ANOS


         As notícias de assassinatos de candidatos no pleito do próximo dia 2 de outubro são alarmantes. Já se contabilizam 28 mortos até o momento. As acirradas disputas aliadas a um clima de militarismo e violência crescentes têm marcado com sangue o processo eleitoral. O caso mais emblemático foi do candidato a prefeito de Itumbiara, José Gomes (PTB), morto numa carreata, demonstrando que a intenção do atirador não era apenas vingança, mas repercussão pública para criar clima de terror na cidade. A troca de tiros atingiu outras pessoas, incluindo o vice-governador de Goiás, Zé Enilton (PSDB) que foi ferido sem grande gravidade.
            O insuspeito ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, se mostrou preocupado com o crescimento da violência, “Não temos dados seguros. Estamos nos preocupando, sim, com esse quadro”. Completou “ Alguns candidatos são associados ao crime organizado, o que traz uma outra preocupação, que é o crime organizado participando do crime eleitoral, que é algo delicado”. Ele também confirmou reforço da Força Nacional em municípios propensos a mais crimes e solicitou à Polícia Federal uma investigação minuciosa sobre os fatos.
           Um levantamento pré-liminar do blog Nalutatododia mostra que em 30 anos, foram mortos, pelo menos, 109 candidatos nos processos eleitorais. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí e Alagoas foram os mais letais. No Piauí, o assassinato de prefeitos levou à criação da Associação das Viúvas de Ex-prefeitos Assassinados  para pressionar a resolução dos casos. Apenas em 2016, o número (28) já significa mais de 25% do total de assassinatos e o estado do Rio de Janeiro lidera o ranking com 5 assassinatos. Embora as estatísticas não consigam precisar os motivos, particularmente em virtude de muitos deles sequer terem sido elucidados, a imensa maioria está ligada a motivações políticas.
Naturalmente, nada acontece por acaso. É um fato que essas eleições rompem com uma certa polarização política muito comum nas anteriores, bem como uma intensa participação de candidatos das Forças Armadas e um avanço do crime organizado nas cidades, incluindo o interior. Sem falar de um golpe parlamentar recente que, não há dúvida, gera desestabilização política.
           O crescimento da ideologia de orientação fascista e a inserção cada vez maior da 'bandidagem' de todos os níveis dão sinais de que nossa hipócrita democracia está na UTI.



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