quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Os ataques contra Lula da Silva e o maniqueísmo político das elites

                     Lula da Silva, de Operário e Líder Sindical à Presidente

         Os ataques e revelações pitorescas produzidas pelo Ministério Publico contra os ex-presidente Lula revela, sem sombras de dúvidas, a tentativa de desconstruir sua imagem, atacar o PT e, de quebra, banir todos movimentos e organizações de esquerda no Brasil. As encenações de cunho político, sem nenhuma base jurídica, comprovam o golpe realizado em aliança dos grandes empresários, a mídia golpista e o judiciário.
Esses ataques têm uma clara tentativa de reduzir o debate nacional a quem concorde ou discorde se Lula e o PT são corruptos, trazendo-o para um campo de disputa que favoreça quem sempre esteve no poder. As elites nunca gostaram de um ex-operario na presidência da república e também do processo político que ele dirigiu, mas, sem dúvida, Lula e o PT governaram com essas elites durante todos os anos que estiveram à frente do poder executivo.  Obviamente, ele não era mais um político à margem do empresariado. Desde 2002, quando assinou uma Carta aos Brasileiros, e governou conciliando com interesses dos ricos mais reacionários e com os partidos historicamente vinculados a eles, sua imagem se descaracterizou.
Quando se poderia imaginar que na nossa república um operário seria presidente? Sua desconstrução e ataques estão partindo  daqueles que mais ganharam com os governos petistas. Todos os programas sociais seriam insuficientes para comparar com os imensos privilégios e riquezas dos setores industriais, agroindustriais, construção e serviços. Em certa ocasião o próprio ex-presidente afirmou: “Esses empresários deveriam acender um vela todos dias e agradecer o governo do PT. Nunca eles ganharam tanto dinheiro como agora”.
Foi assim, num passe de mágicas que Lula e o PT  saíram de uma relação de amor para uma relação de ódio com as classes empresariais brasileiras. Mais do que isso: agora a luta é do BEM (anti-PT) contra o MAL (PT e LULA). Uma drástica modificação que comprova que as elites não querem qualquer projeto de conciliação para os próximos anos. Tiveram essa experiência, não tinham como controlá-lo por inteiro, e agora, a realidade de crise os obrigam a tomarem uma nova perspectiva.
A questão essencial é a seguinte: o PT abriu mão do seu programa, governou com os ricos empresários, e, ao mesmo tempo, ampliou diversos direitos sociais, mas agora já não pode mais ser uma opção política. Os mesmos que o abraçaram agora lhe esfaqueiam pelas costas.
Entretanto, a miopia daqueles que atacam Lula e o PT reside na pretensa ideia de que podem eliminar todo um processo histórico de lutas por direitos. Mais do que isso, nesse maniqueísmo reducionista anti-Lula, pretendem enterrar os sonhos da esquerda brasileira acreditando que os mesmos se reduzem ao PT e seu maior representante. Ledo engano! Todos os dias nascem novos lutadores sociais que abraçam a bandeira de um mundo novo. Ao mesmo tempo, aqueles que continuam se apegando ao velho, continuam crendo na cantilena de união entre trabalhadores e patrões não verão o sol se abrir e, com ele um novo dia, num país livre e soberano.

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