Os ataques e revelações
pitorescas produzidas pelo Ministério Publico contra os ex-presidente Lula
revela, sem sombras de dúvidas, a tentativa de desconstruir sua imagem, atacar
o PT e, de quebra, banir todos movimentos e organizações de esquerda no Brasil. As
encenações de cunho político, sem nenhuma base jurídica, comprovam o golpe
realizado em aliança dos grandes empresários, a mídia golpista e o judiciário.
Esses ataques
têm uma clara tentativa de reduzir o debate nacional a quem concorde ou discorde
se Lula e o PT são corruptos, trazendo-o para um campo de disputa que favoreça
quem sempre esteve no poder. As elites nunca gostaram de um ex-operario na presidência
da república e também do processo político que ele dirigiu, mas, sem dúvida,
Lula e o PT governaram com essas elites durante todos os anos que estiveram à
frente do poder executivo. Obviamente,
ele não era mais um político à margem do empresariado. Desde 2002, quando
assinou uma Carta aos Brasileiros, e governou conciliando com interesses dos
ricos mais reacionários e com os partidos historicamente vinculados a eles, sua
imagem se descaracterizou.
Quando se poderia imaginar que na nossa
república um operário seria presidente? Sua desconstrução e ataques estão
partindo daqueles que mais ganharam com
os governos petistas. Todos os programas sociais seriam insuficientes para comparar
com os imensos privilégios e riquezas dos setores industriais, agroindustriais,
construção e serviços. Em certa ocasião o próprio ex-presidente afirmou: “Esses empresários deveriam acender um vela
todos dias e agradecer o governo do PT. Nunca eles ganharam tanto dinheiro como
agora”.
Foi assim, num
passe de mágicas que Lula e o PT saíram de
uma relação de amor para uma relação de ódio com as classes empresariais
brasileiras. Mais do que isso: agora a luta é do BEM (anti-PT) contra o MAL (PT
e LULA). Uma drástica modificação que comprova que as elites não querem
qualquer projeto de conciliação para os próximos anos. Tiveram essa
experiência, não tinham como controlá-lo por inteiro, e agora, a realidade de
crise os obrigam a tomarem uma nova perspectiva.
A questão essencial é a seguinte: o PT abriu mão do seu programa, governou com os ricos
empresários, e, ao mesmo tempo, ampliou diversos direitos sociais, mas agora já
não pode mais ser uma opção política. Os mesmos que o abraçaram agora lhe
esfaqueiam pelas costas.
Entretanto, a miopia daqueles que atacam Lula
e o PT reside na pretensa ideia de que podem eliminar todo um processo histórico de
lutas por direitos. Mais do que isso, nesse maniqueísmo reducionista anti-Lula, pretendem enterrar os sonhos da esquerda brasileira acreditando que os mesmos
se reduzem ao PT e seu maior representante. Ledo engano! Todos os dias nascem novos
lutadores sociais que abraçam a bandeira de um mundo novo. Ao mesmo tempo, aqueles
que continuam se apegando ao velho, continuam crendo na cantilena de união
entre trabalhadores e patrões não verão o sol se abrir e, com ele um novo dia,
num país livre e soberano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário