Quando surgiu na Itália, o fascismo não possuía
mais de 20 militantes. Surgiu com o nome de Associação Nacionalista para depois
se tornar o Partido Nacional Fascista. O termo é latino e vem da palavra ‘fasces’,
um feixe de varas amarradas em volta de um machado que foi símbolo do poder
conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes.
O movimento se espalhou pela Europa devido à total insegurança vivida pelos
cidadãos após o fim da primeira guerra mundial. Encontrou na Itália de na
Alemanha, arrasadas econômica e politicamente, um ambiente bastante propício
para o crescimento dessas ideais.
Naturalmente
que nenhum dos movimentos fascistas foram iguais, variando de país para país,
mas suas concepções e práticas foram muito similares, e aproveitaram, em geral,
uma profunda crise econômica, o descrédito nas instituições políticas e grande
insegurança da população.
Emilio
Gentile, historiador italiano, descreve o fascismo em dez elementos
constitutivos: 1) militarismo, com
aparato policial que impede dissidência e usa o terror; 2) líder carismático, político com total poder dentro de uma estrutura
hierárquica, o qual comanda e coordena atividades do partido e regime; 3) ética civil própria, fundada nos
preceitos da dedicação, disciplina, virilidade e espírito guerreiro; 4) ideologia ‘anti-ideologica’, proclamada
anti-materialista, anti-marxista, anti-liberal, antidemocrática, mas populista
e pragmática se expressando por uma ‘nova forma de política’ como uma religião leiga
com ritos e símbolos para socializar e aculturar; 5) totalitarismo, discriminação e perseguição de uma comunidade étnica
e/ou moral, considerada inferior e fora da comunidade, sendo perigosa para a
integração da nação; 6) Movimento de
massas, uma adesão ampla e multiclasse, particularmente em setores médios,
organizado por uma milícia partidária com a missão de ‘regeneração nacional’ e em estado de guerra com os adversários,
para conquistar o monopólio do poder político por meio do terror, utilizando
meios parlamentares e acordos, para destruir qualquer democracia parlamentar; 7) misticismo, cultura fundada no
pensamento ‘transcendental’ de qualquer natureza (pode ser religiosa), concebida
para a vontade do poder e exaltando o mito da juventude como artífice da
história; 8) Supressão da liberdade
sindical, utilizando o Estado para alianças entre setores produtivos numa
colaboração com o regime, preservando a propriedade privada e as divisões de
classe; 9) Política externa
expansionista, baseada na exaltação e grandeza com objetivos imperialistas;
10) Partido único, selecionador dos
quadros de direção para provimento de defesa armada com mobilização permanente
de emoção e fé.
Revela-se, assim, que o ocorre no Brasil é de
fato um crescimento de movimentos fascistas e militarização da política. Não é
novidade quando uma sociedade está em franca decadência desenvolver-se em seu
seio essa concepção. Lembrando que ela foi a responsável pelo Holocausto, liderado
pelos nazistas na Alemanha, que ceifou a vida de 6 milhões de seres humanos;
também perseguiu e assassinou milhares de lutadores sociais, socialistas e
comunistas, em vários países; provocou a II Guerra Mundial, o maior morticínio da
história com mais de 50 milhões de vidas perdidas.
Enfim, o que se vê agora é
talvez a reedição dos integralistas (movimento fascista após o golpe de Getúlio
Vargas). No entanto, tal e qual aquela época, os trabalhadores brasileiros,
progressistas e revolucionários, souberam enfrentar nas ruas essa ameaça, agora
não será diferente. Como se dizia na Espanha franquista, NÃO PASSARÃO!
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