“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente...”
Manifestação em Chicago, reivindicando jornada de 8 horas
Em 10 dias de governo, o golpista Michel Temer e seu ministros mostraram
a que vieram: um duro ataque à legislação trabalhista. Afirmam modernizar e
flexibilizar as relações de trabalho.
Primeiro, modernizar, um verbo transitivo
direto, significa segundo o dicionário Aurélio, “acompanhar as tendências do
mundo atual”, “efetuar mudanças, substituindo sistemas, métodos antigos por
outros novos”. Bem, está claro que há de fato uma tendência a ataques aos
direitos trabalhistas, da França aos EUA, passando por toda a América Latina. É
bom lembrar, que a Jornada de Trabalho de 12h já existiu no século XIX, logo
não tem nada de novidade. Fora isso, nenhuma tendência é neutra e ela, no
momento atual, é resultado da profunda crise vivida pelo sistema capitalista
desde 2008. Sempre, quando baixa a rentabilidade do capital, os empresários atacam
duramente a remuneração e os direitos dos trabalhadores.
Segundo,
flexibilizar para o dicionário Aurélio, significa “afrouxar”, “tornar maleável”.
Aqui, significa que as relações de trabalho tornar-se-ão menos ‘rígidas’. Ora,
os direitos conquistados pelos trabalhadores não endurecem as relações de
trabalho, pelo contrário, ajudam os capitalistas a explorar a baratissima
mão-de-obra dos brasileiros. Mas, não basta! O capital, sedento por alta
rentabilidade, não tem limites.
Ampliar a
jornada é reduzir o pagamento de horas-extras e, segundo outra proposta, pagar
por hora trabalhada, é contratar e demitir aleatoriamente, enfraquecendo, inclusive,
a representação dos trabalhadores. O sistema de pagamentos por hora existe nos
EUA e é acompanhada por uma remuneração 4 vezes maior do que no Brasil fora que
lá existem sindicatos muito mais fortes. Agora, eles querem modificar essa ‘tendência’
por lá, garantindo mais segurança e impedindo as demissões.
Vivemos aqui
um retorno ao passado longínquo. Os trabalhadores podem ter um imenso retrocesso,
rápido e mortal. Essas duas propostas, ampliação de jornada e contrato por hora
trabalhada, significam um ataque frontal, absurdo e autoritário às conquistas
do povo brasileiro. Sejamos realistas: já é hora de uma verdadeira revolta
contra essas medidas. Tomara que nos próximos 100 dias o golpista ministro do
trabalho não queira revogar a Lei Áurea e retornar mais 100 anos na nossa
história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário