Que a força do medo que tenho não me
impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Foto de membros do Tenentismo, último movimento nacionalista
que morreu com a ditadura militar.
Todos nós em algum
momento, tomados pelo medo ou pela insegurança, agimos ou agiremos
instintivamente. É necessário, no entanto, compreender nossos próprios sentimentos
e tentar controlá-los. Ao transpor à vida política o temor individual e
coletivo, o perigo se torna muito maior, pois a mobilização social dela
resultante poderá causar grandes males. Mais do que isso: explorar esse
sentimento sem explicá-lo é também absurdo e autodestrutivo.
Um exemplo do medo
e inseguranças sociais aliado à vida política é a quantidade de policiais
civis, militares e federais eleitos pelo país. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2014
eles conquistaram 55 cadeiras nas assembléias estaduais e na Câmara Federal. No
Ceará, no próximo dia 2 de outubro 196 policiais ou ex-militares disputarão
vagas de vereadores em todo o estado. Policiais disputarão prefeituras em
Fortaleza, Rio de Janeiro, Belém e Goiânia. Fora isso, militares recolhem
assinaturas para formalizar o Partido Militar do Brasil.
Dizem
alguns que esse movimento também ocorre com a desmoralização dos partidos
corruptos. Sem dúvida há uma influencia nisso. Ou será que a academia militar
se transformou num celeiro de novos políticos e gestores públicos?
Dois
problemas fundamentais nascem disso: 1) um movimento político desse tipo é
diferente dos demais na medida em que seus representantes e sua base social estão
armados; 2) uma ideologia propriamente militar nacionalista que embalou outros
movimentos no passado não existe mais desde as reformas promovidas na educação
militar durante a ditadura. O que resta agora é um arremedo de neoliberalismo
sub – estatista aliado a um pseudo-moralismo cristão, bastante parecido, embora
com nova roupagem, do fascismo europeu.
Entretanto,
é muito inconveniente, mesmo numa democracia tão falsa como a nossa, a política
ser espaço para um discurso autoritário escondido sob uma falaciosa base moral.
Prestemos bastante atenção, não nos enganemos. Nada é por
acaso!
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